sábado, 13 de dezembro de 2008

propaganda enganosa?

Tem gente por aí dizendo que o título do blog faz propaganda enganosa porque eu digo mais não do que sim para os mocinhos. Estatisticamente falando, existe fundamento na reclamação. Mas se analisar bem, vocês vão entender o motivo por trás dos "nãos".

Com vocês, the bachelors:

Bachelor number 1: carinha de bom moço, mais pra gordinho que pra magrinho, óculos de aro de metal, com um pé na casa dos 40 anos. Estávamos num bar sensacional, eu no aniversário de uma amiga, ele esperando um casal de amigos (que deram um chá de cadeira de mais de duas horas no pobrezinho). Acabamos engatando uma conversa, ele obviamente interessado. Os amigos chegaram, foram sentar noutra mesa. Quando eu estava quase indo embora, fui me despedir, e ele: "Criei coragem e queria te convidar pra ir num casamento amanhã comigo. Você já tem compromisso?" Devia ter dito sim, mas me deu um certo pânico pensar que se o date fosse um erro e o cara fosse um chato eu teria que esperar até ele resolver ir embora para voltar para casa. Já pensou? Acabei passando. Depois tive que ouvir de um amigo: "Você devia ter aceitado! Você poderia ter conhecido alguém interessante no casamento!" Bom, é errando que se aprende. Da próxima vez, vou até se me convidarem pro batizado do filho da vizinha da prima.

Bachelor number 2: estava saindo do cinema, já eram 23h. Desci de elevador até o estacionamento e senti que tinha um cara me seguindo. Não era mal-encarado, mas às 23h eu desconfio até da minha mãe. Apertei o passo, ele também. Já estava chegando no meu carro e pensando se devia parar ou continuar andando até encontrar um guarda. Nos cinco segundos de dúvida ele pára ao meu lado e diz, como se fosse a coisa mais normal do mundo: "Queria te conhecer melhor..."

"Como?", perguntei, enquanto procurava um guarda.

"Queria te conhecer melhor", ele repetiu.

"Ah, que pena. Já estou indo pra casa." (na dúvida, mantenha sempre a diplomacia)

"E outro dia?"

"Ah, acho que meu namorado não vai gostar." (que namorado, sabe Deus)

A palavrinha mágica funcionou. O moço pediu desculpas e saiu de mansinho. E eu entrei no carro correndo, travei as portas e passei o caminho de volta checando o retrovisor para possíveis stalkers.

Bachelor number 3: mocinho com quem eu já tinha saído e com quem tive uma história complicadíssima. Demorei mais de um ano para me recuperar e conseguir olhar pra ele sem tremer nas bases. Garoto de tudo, mas um charme de matar. Ele tinha acabado de tomar um pé MONSTRO da namorada e resolveu ligar para quem? Exatamente, moi. E eu, com uma lucidez adquirida às custas de muita insônia e terapia, disse não. De boca cheia. Duas semanas depois ele ligou de novo. Eu disse não de novo (confesso que dessa vez com um pouco menos de convicção, mas ainda "não"). Afinal, não quero ser o passatempo até a ex resolver voltar com ele. E como diz um grande amigo mineiro (os mineiros são muito sábios, estou chegando a essa conclusão), usando o exemplo da música do Gabriel, o Pensador: se ele ligou pra mim, eu posso ter certeza de que ele ligou para as outras que estavam no caderninho dele.

E essas são as justificativas para todos os "nãos" que eu disse nessas últimas semanas. E embora eu tenha sido acusada de propaganda enganosa, o legal disso tudo é que esses "nãos" me fazem analisar as razões por que eu estou recusando sair com o cara. E por consequência, me ajuda a entender pra quem eu realmente quero dizer sim.