sábado, 25 de outubro de 2008

Os endereços deles

Enquanto continuo esperando, tô aqui navegando.
(E você podem pensar: como ela quer arrumar alguém em casa, escrevendo num sábado de noite? Eu também estou me pondo a me perguntar...)

Bom, daí que dei um Google com a expressão "site relacionamento".

Olhem o que os endereços sugerem:

Conhecer você

Amores possíveis

Buscando você

Meu desejo

Romance ideal

Aí fui buscar algum texto, matéria... E caí numa reportagem da Marie Claire, que começa justamente comentando como os endereços são sugestivos. Dizaí: criatividade que é bom, nada, né?

Vou lá ler...

beijooooooooooooooooooooooooooooo

PS: a ilus sobre madeira eu peguei na internê, do blog de um moço chamado Gabriel Machado. Fofo, hein?

PS1: E os meus amigos acabam de me avisar que estarão aqui em 10 minutos. Just in time.

Preguiça?

Então...
Nem fui ao tal evento da escola de idiomas. Preguiça total.
Tava em casa sozinha. Cuidando da minha manicure. Vocês sabem quanto tempo eu não dedicava um tempinho para cuidar de mim by myself?

Quando vi eram 18 h. Desencanei.

Já sei, já sei, preciso ser mais diligente.

Mas precisava ficar só. Acho que essa foi a grande lição que aprendi nos últimos anos. Não dá para estar bem com ninguém se a gente não estiver em paz consigo mesma. A afirmação é clichê, é piegas, e talvez por isso seja a mais pura verdade.

Agora, enquanto espero um casal de amigos passar aqui para me dar uma carona - vamos reunir um povo para uma oktoberfest paulistana - comecei a fuçar em sites de relacionamento.

Gente, cadastro de como vc é e de que você procura... Parei para pensar: que tipo de homem estou buscando? Tem de saber conversar (o desafio intelctual), tem de ser bem humorado. Agora, alto ou baixo? Hum... Barbudo. Sim, homem de barba tenho achado o máximo. Sei lá, talvez seja um instinto-fêmea em busca de testosterona. Ah... e tem de ser caring. Mas a ficha de "aprovação de crédito", como diz uma amiga minha, é muuuuuito mais longa. Aí resolvi escrever aqui.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

A Outra

E cá estou eu - a outra. Isso mesmo.
Mãe separada, dois filhos, rotina diária de trabalho de 12 horas por dia. Diz pra mim: com que tempo eu vou "reconstruir minha vida", como todo mundo teima em aconselhar?
Daí surge essa proposta transoceânica - simples, mas desafiadora.
Gente "dizer sim" é meio complicado...

Mas tô aí - resolvidizersim. Que custa eu pensei? Aceitar os (raríssimos) convites para sair? Tava fácil. Isso mesmo que você leu - "tava". Porque com "i do" não se brinca não. A criatura é de uma tenacidade que até mudou as regras iniciais (o tal spin de que ela fala no primeiro texto) para me fazer realmente participar. Não basta aceitar convites, a gente vai ter de se esforçar e se colocar em situações que nos permitam conhecer novas pessoas.

Daí o "por que não?" se transformou num "porque sim" - um "porque sim" meio hesitoso, eu confesso. Estou separada há quatro anos. O coração está cicatrizado, outras paixões até apareceram. Mas nenhum moço fixou residência. E, naqueles momentos em que nós duas, pelo messenger, planejávamos este blog, eu percebi que precisava dizer sim.

O lance agora é começar a procurar eventos de singles. Ai, ai, ai... Sites de relacionamentos. Oooooooooooo, meu Deus! Abrir o coração para que um desconhecido me chame para sair. Gente, isso vai prestar?

Ontem recebi um convite para participar, como espectadora, de uma atividade de uma escola de francês e inglês. E, adivinhem?, resolvidizersim. É no sábado, final de tarde, numa padaria aqui em São Paulo. Logo mais volto para contar se conheci algum "gatchinho".

beijooooooooooooooooooooooooooo

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

perfect loveliness

"But more than that, my eyes were drawn to her perfect loveliness. I looked at her, a stranger, and every other breath strained to force its way from my chest. A clamp like a tightening fist seized my heart. A voice in my blood said yes, yes, yes...The ancient Sanskrit legends speak of a destined love, a karmic connection between souls that are fated to meet and collide and enrapture one another. The legends say that the loved one is instantly recognized because she's loved in every gesture, every expression of thought, every movement, every sound, and every mood that prays in her eyes. The legends say we know her by her wings - the wings that only we can see - and because wanting her kills every other desire of love."

Shantaram - Gregory David Roberts

projeto piloto

Dizer sim nunca é fácil. Principalmente quando você acha que não tem nada a ver. Mas e se o cara insiste por mais de dois meses, te manda mensagens fofas e te liga todas as semanas para saber como você está? Será que não vale a pena tentar, mesmo que o moço, com dois filhos adolescentes e um rosto que lembra vagamente o Woody Allen, não seja seu ideal de homem?

Pois bem, A. foi o projeto piloto de resolvidizersim. Depois de dois meses de torpedos insistentes, eu finalmente disse sim e decidi sair com ele. Venceu pela simpatia - e pelo cansaço.

O encontro foi marcado para uma quinta-feira, num italiano numa área hip da cidade. Trinta minutos antes da hora marcada A. me ligou para saber se o encontro ainda estava de pé, se eu precisava de direções. Disse que sim, o encontro ainda estava de pé, que não, não precisava de direções porque meu GPS era ótimo, e que eu estaria lá na hora marcada.

Cheguei 15 minutos atrasada (meu GPS não é tão bom assim, no final das contas) e encontrei o moço, de seus 45 anos, um pouco tenso, numa mesa na calçada. Tomando chá. E lendo "Comer, rezar, amar". Eu, na minha completa ausência de superego, quando vi já tinha perguntado:



"Você está lendo ESSE livro??"

"Sim", foi a resposta tímida. "Por quê?"

"Porque esse livro é de mulher!!"

E foi com esse diálogo nonsense que começou meu date com A. O encontro se desenrolou com boas surpresas no fronte gastronômico: conseguimos uma mesa dentro do restaurante antes de morrermos congelados com o vento, a lasanha vegerariana chegou rapidinho e a sobremesa estava de tirar o chapéu.

Já no quesito date, a situação não foi tão animadora. Eu, passados cinco minutos do encontro, já sabia que queria ser só amiga. A partir do minuto seis, a expressão "gosto de ________ sozinha" (preencha com a atividade de sua preferência) começou a aparecer com uma frequência quase irritante em todas as minhas frases, na esperança de que ele entendesse.

Não entendeu. A., desde o minuto um, tentava arrancar de mim qualquer sinal de que poderíamos nos tornar um casal - uma frase com sentido duplo, um olhar mais demorado. Nos 45 do segundo tempo ele tentou um último gesto: colocar a mão na minha perna. Eu fingi que não vi, me ajeitei na cadeira e continuei contando a piada que já nem lembro qual era.

No final, dividimos a conta, nos despedimos e fomos embora. Cada um para seu canto, sozinhos. A noite estava atipicamente gelada, mas eu não estava nem aí: eu havia dito sim e acreditado, mesmo que apenas por cinco minutos, que A. podia ser aquilo que eu estava procurando há tanto tempo. E só isso, depois de tantos tombos, já era motivo para comemorar.

Entrei no carro e dei uma gorjeta extra-generosa para o flanelinha. O GPS dessa vez não me decepcionou: me levou direto para casa, sem errar o caminho nenhuma vez.

por que dizer sim?

A idéia surgiu num jantar com duas amigas. Inteligentes, bonitas, divertidas e independentes, nós três tínhamos, naquela noite de sexta-feira, uma única pergunta: por que raios ainda estávamos sozinhas?

Por favor, entenda: ninguém naquela mesa estava falando de maridos, da instituição do casamento ou do potencial pai de nossos filhos. Estávamos falando de um companheiro, de alguém para dividir a vida, porque no fim, é disso que todos nós estamos atrás, não?

Foi quando a mais nova de nós, uma fã de escalada que ainda não chegou aos 30, perguntou se nós conhecíamos o livro "The Year of Yes". É a história de uma moça americana que decidiu que, por um ano, ia dizer sim para todos os caras que a convidassem para sair. E nesses doze meses, ela saiu com os caras mais variados, em todos os sentidos. Alguns encontros foram bons. Outros nem tanto. Mas o balanço, diz ela, foi sair desse ano um pouco mais sábia, um pouco mais certa do que ela queria num relacionamento. E a descoberta foi igualmente interessante: que existe gente muito legal por aí, se a gente estiver mais aberta e deixar de lado pré-conceitos.

Portanto, resolvidizersim não é uma idéia nova. Mas o que queremos aqui é dar um outro spin na proposta: vamos dizer sim não apenas a caras que nos chamem para sair, mas a todos os eventos para solteiros disponíveis no mercado: speed dating, blind dates, bares, eventos, festas, chats, jantares, websites, viagens... A lista é longa.

O outro spin de resolvidizersim é que o projeto (adoro a palavra projeto, torna tudo tão mais científico...) envolve duas mulheres de perfis diferentes - uma solteira, outra separada com filhos - em dois países completamente diferentes. Queremos com isso cobrir todas as variáveis e tentar tirar alguma conclusão do experimento. Qual, ainda não sabemos. Mas que tal descobrir com a gente? É só dizer sim.