quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

speed dating

Demorou mas criei coragem: fui num evento de speed dating outro dia (e com o conselho de euaqui em mente, fiz uma maquiagem mais caprichadinha pra não passar desapercebida).

Pra quem não sabe o que é speed dating: cinco (ou dez, ou quinze) mulheres e homens que não se conhecem se reúnem e têm cinco minutos pra conversar com cada um. Geralmente a moça fica sentada e os homens vão passando de mesa em mesa. Cinco minutos de conversa e aí a "coordenadora" do evento toca um sininho. Próximo. No dia seguinte do evento, você vai no site e coloca o nome dos mocinhos de quem você gostou. Se ele colocou seu nome, rola uma troca de contatos. Senão, nada feito e você sai no prejuízo. Sim, porque o evento custa 160 rands (uns 35 reais), vinho incluído.

No meu caso, fui e arrastei mais duas amigas. Fomos o segundo grupo a chegar. O primeiro eram dois rapazes com cara de vinte e poucos, já com as taças de vinho na mão. A atmosfera era quase como o primeiro dia de aula, com aquela preocupação "Será que vou fazer amigos?"

O evento começou com meia hora de atraso. A coordenadora explicou em que sentido os mocinhos teriam que circular (sentido horário), encheu as taças de todo mundo e deu a largada.

Na minha mesa vieram parar primeiro dois irmãos da Cidade do Cabo - na verdade um, depois o outro, mas sério, quem leva irmão num evento desses? Estranhíssimos. Dez minutos mais longos da minha vida. Limados imediatamente da lista.

Depois veio um belga, de cujo rosto não me lembro bem e que trabalha com alguma coisa de... barco? Navio? Canoa? Submarino? Não sei, era algo com transporte marítimo. Lembro que era simpático, tinha bom papo e uma idade boa. Hmm, asterisco no nome dele. Fazer follow-up.

Depois veio um chinês sul-africano que olhou pra mim e disse: você é filha de chineses, já morou nos EUA e trabalha com comunicação. Uau, será que esse cara leu meu currículo? Fiquei impressionada. Mocinho interessante, trabalha em banco de investimentos. Gosta de mergulho e outros esportes radicais. Irmão faz Stanford. Será que ele é o irmão loser?

O último foi um rapaz com cara e nome de italiano: Antonino. Na verdade pai italiano, mãe grega. Gordinho, engraçado, mas moleque. E de moleque já foi minha cota do milênio. Fora que ele se referiu à irmã dele como "velha". Idade da mana? 34. Gongado na hora.

Depois que o último sininho tocou, descemos todos para o bar para descarregar a tensão. E aí foi interessante ver os mocinhos numa situação de grupo: os irmãos estranhos ficaram isolados num canto (depois descobri que eu não fui a única que achei eles estranhos), o belga pediu comida para toda a mesa, o italiano gordinho atacou a comida imediatamente e o chinês grudou na gente que nem chiclete. Estávamos até achando engraçado, quando ele solta: "So, who would you choose, Brad or George?"

"Brad or George"? "Brad or George"??? Brad or George não dá, né? Se eu tinha alguma dúvida, aqui ficou provado que ele é, de fato, o loser brother. O irmão dele deve ter ido pra Stanford só pra não passar mais vergonha.

Foi a deixa para pedirmos a conta. Pagamos, nos despedimos do povo que ainda estava começando a comer e fomos para minha casa. Abrimos uma lata de sorvete de chocolate e nos acomodamos no sofá para assistir "Sex and the City".

Porque tem dias que a ficção é bem melhor que a vida real.